A reforma e a reutilização adaptativa têm estado na vanguarda do discurso arquitetônico nos últimos anos. Isso demonstra que a profissão está cada vez mais consciente de seu impacto no meio ambiente e das oportunidades de reaproveitar o que já foi construído. A Architecture 2030 lançou recentemente o CARE, ou Carbon Avoided Retrofit Estimator, uma nova ferramenta digital que permite que arquitetos, proprietários e comunidades quantifiquem a reutilização adaptativa. Ao inserir um conjunto simplificado de informações do projeto, como metas de energia e possíveis intervenções na construção, os usuários podem estimar rapidamente as emissões operacionais de carbono geradas pelo uso do edifício e as emissões de carbono incorporadas que estão vinculadas aos materiais de construção empregados.
As reutilizações são geralmente consideradas a escolha mais sustentável devido à sua menor pegada inicial de carbono em comparação com os novos edifícios. Isso ocorre porque as reformas reutilizam as partes mais intensivas em carbono do edifício como a fundação, a estrutura e o envoltório. Apesar dessa conclusão intuitiva, dados e informações quantificáveis são difíceis de serem adquiridos. A ferramenta CARE aborda essa lacuna, oferecendo uma comparação entre a pegada de carbono de edifícios existentes reutilizados versus novas construções.
A ferramenta digital leva em consideração uma série de variáveis como as intervenções necessárias, por exemplo, para aumentar a densidade ou acomodar novos usos, a zona climática, a intensidade da malha e as condições do edifício existente. As resoluções são visualizadas como carbono total incorporado e operacional ao longo de um período de tempo especificado, bem como emissões acumulativas. Três cenários são explorados: o edifício existente, o edifício renovado e a nova construção. Os resultados podem ser facilmente comparados para ajudar no processo de tomada de decisão e determinar a abordagem de menor carbono total e o período de tempo em que isso ocorre.
O CARE também pode ser usado por formuladores de políticas, desenvolvedores, oficiais de construção patrimonial ou educadores interessados na avaliação pré-projeto do impacto total das emissões de uma obra arquitetônica. O aplicativo está disponível gratuitamente no site oficial da CARE. A ferramenta de avaliação inicial foi desenvolvida pelos especialistas em design Larry Strain da Siegel e Strain Architects, Erin McDade da Architecture 2030 e Lori Ferriss da Goody Clancy.
A ferramenta CARE nos permite demonstrar – em minutos – os benefícios das reutilizações, não apenas para a experiência humana dos edifícios, mas também para a sua pegada ambiental. Este é um ótimo complemento para as ferramentas que os arquitetos precisam para defender a rápida transformação de nosso estoque de edifícios existentes. - Z Smith, Diretor de Sustentabilidade e Desempenho de Construção da Eskew+Dumez+Ripple
A EHDD também lançou o EPIC, ou Early-Phase Integrated Carbon Assessment (Avaliação Integrada de Carbono em Fase Inicial), uma ferramenta gratuita baseada na web que visa ajudar os arquitetos a identificar as medidas mais impactantes que podem ser tomadas no início do processo de projeto para reduzir as emissões de carbono da construção. Outra ferramenta digital lançada recentemente ajuda os usuários a entender como o espaço é distribuído e restrito nos bairros da cidade de Nova York, avaliando fatores-chave como poluição, fatalidades no trânsito, acessibilidade ou qualidade do ar na cidade. O ArchDaily também teve a chance de conversar com Jakob Strømann-Andersen, sócio e diretor do Departamento de Inovação e Sustentabilidade da Henning Larsen para falar sobre ferramentas digitais e sua incorporação no processo de projeto.
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